Ofício dos Vaqueiros se torna
Patrimônio Imaterial neste domingo (06), em Feira de Santana, com assinatura do
Secretário de Cultura, Albino Rubim – no Livro dos Saberes e Modo de Fazer da
Bahia – representando o Governador Jaques Wagner
Neste domingo, dia 06
(maio, 2012), durante a programação da ‘Celebração das Culturas dos Sertões’ realizada
pela Secretaria de Cultura do Estado (Secult), em Feira de Santana, a 109 km de Salvador, o ‘Ofício
dos Vaqueiros’ será inscrito no ‘Livro de Registro Especial dos Saberes e Modo
de Fazer’ da Bahia.
“Isso faz com que a
Bahia se torne o primeiro estado do Brasil a reconhecer oficialmente um Ofício
Cultural como Patrimônio Estadual”, explica o diretor geral do Instituto do
Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), Frederico Mendonça. Até então somente a
esfera federal, via Ministério da Cultura, havia registrado ofícios como Bens a
serem protegidos pelo poder público, como foi o caso do Ofício das Baianas de
Acarajé no ano de 2004.
Foi uma equipe
multidisciplinar do IPAC, composta de antropólogos, sociólogos, historiadores e
fotógrafos que realizou as pesquisas, criando um dossiê onde fica explicitada a
importância histórico-cultural do Ofício dos Vaqueiros. A ação inédita no
Brasil reforça a política de salvaguarda desenvolvida desde 2007 pela gestão do
governador Jaques Wagner na área do patrimônio imaterial da Bahia.
Segundo Mendonça, em cinco
anos consegui-se pesquisar, criar dossiês e registrar a Festa de Santa Bárbara
e o Desfile dos Afoxés, em Salvador, a Festa da Boa Morte, em Cachoeira, e o
Carnaval de Maragojipe na cidade de mesmo nome localizada no Recôncavo. Estão
sendo construídos ainda os dossiês da Festa do Bembé do Mercado em Santo Amaro
e da Festa D’Ajuda de Cachoeira.
A formação dos
dossiês pode durar de seis meses a dois anos, dependendo da complexidade do tema
pesquisado e dos documentos ainda disponíveis sobre a história de cada um. Para
ser reconhecido pelo Estado o bem cultural tem que ter representatividade para
a Bahia. As prefeituras são responsáveis por patrimônios de relevância
municipal, enquanto o governo federal fica com tutela dos bens nacionais. Ao se
tornar protegida pelos poderes públicos, uma manifestação cultural tem prioridade
nas linhas de financiamento sejam elas municipais, estaduais, federais e até
internacionais.
“O Ofício dos
Vaqueiros traduz um modo de ser e de viver existente por 400 anos como uma das características
culturais das mais emblemáticas do Sertão baiano”, afirma Mendonça. Pesquisas
do assessor do Centro de Culturas Populares e Identitárias (Ccpi) da Secult,
Washigton Queiroz, que também atua na organização da ‘Celebração dos Sertões’, apontam
que na Bahia, já em 1550, a família do colonizador português Garcia D’Ávila
expedia vaqueiros para colonizar e ocupar terras internas do Brasil.
A cerimônia começa às
9h do domingo (06) quando acontece desfile de 400 vaqueiros pelas ruas de Feira,
encerrando no Centro de Cultura Amélia Amorim, com a exposição ‘Imagens dos
Vaqueiros da Bahia’ e a assinatura do Secretário de Cultura, Albino Rubim, representando
o governador Jaques Wagner. Confirmaram presença, autoridades municipais,
estaduais e federais.
Amanhã, sábado (05), às
20h, no Teatro Castro Alves, em Salvador, o IPAC distribui três mil folders coloridos sobre o Ofício dos
Vaqueiros na abertura do ‘Culturas do Sertão’. “Enquanto não produzimos o livro
sobre o Ofício dos Vaqueiros fizemos o folder para mostrar um pouco do que
virá”, diz Roberto Pellegrino, gerente de Patrimônio Imaterial do IPAC.
Mais informações sobre
os dossiês do IPAC são obtidas no site ou via sua Gerência de Patrimônio Imaterial no telefone (71) 3116-6741, durante
horário comercial, de segunda à sexta-feira, exceto feriados. Sobre a ‘Celebração
das Culturas dos Sertões’ no hotsite.
Box OPCIONAL: HISTÓRIA dos VAQUEIROS
- O
percurso dos vaqueiros na Bahia teve dois momentos, o primeiro no século 16
partindo das terras da Casa da Torre, atua localidade de Praia do Forte,
município de Mata de São João. Daí, essas expedições atingiam os rios Jacuípe,
Itapicuru, até o Paraguaçu e Rio de Contas, formando pontos de encontro nas
feiras e estabelecendo os primeiros currais. Eles desbravaram a região Nordeste
do país tornando o interior, então desconhecido, em locais habitáveis, com
comunidades que se tornaram cidades. Por três séculos esses movimentos no território
sertanejo se complementam aos ciclos econômicos da cana-de-açúcar, mineração e
ciclo do gado. Para o pesquisador Washington Queiroz, o segundo momento se dá
na segunda metade do século 18, quando são erguidas as primeiras casas de
fazenda. Queiroz destaca que a marcha dos vaqueiros exigiu o desenvolvimento de
técnicas e procedimentos que possibilitassem desbravamento de caatingas, matas,
agrestes, chapadas, cerrados e planaltos à procura de pastos para o gado
crescente que já não podia mais ocupar apenas a orla atlântica da Bahia.
Mais FOTOS no Flickr/SecultBA
Crédito
Fotográfico obrigatório: Lei nº 9610/98
Assessoria
de Comunicação IPAC – em 04.05.2012 - Jornalista responsável Geraldo Moniz
(drt-ba 1498) – (71) 8731-2641 – Texto base: estagiários: Érica Teixeira e
Djalma Júnior . Contatos: (71) 3117-6490, ascom.ipac@ipac.ba.gov.br - www.ipac.ba.gov.br - Facebook: Ipacba Patrimônio - Twitter:
@ipac_ba
Nenhum comentário:
Postar um comentário